Histórico
Em 1973, reuniu-se um grupo de africanistas com o intuito de fundar uma Federação que pudesse beneficiar as religiões africanas, uma vez que, nesta época, só existiam a União de Umbanda e a Congregação Espírita de Umbanda. Estas, não possuíam departamento africano e, portanto, não forneciam licença para que as casas de religiões africanas funcionassem e pudessem tocar após o horário estabelecido pela Lei do Silêncio, ou seja, a partir das 22 horas.
Neste tempo, para que os rituais pudessem ser realizados sem maiores problemas, era necessário retirar uma licença especial na Delegacia de Costumes. Lá, em meio à prostituição e situações de constrangimento, os africanistas padeciam por longa espera.
As entidades existentes da época focavam seus esforços apenas na Umbanda, deixando as demais vertentes africanistas à margem das instituições do Estado. Foi nesse momento que um grupo de africanistas resolveu agir, reunindo-se para tratar dos interesses de toda a comunidade afro-brasileira. Como fruto destas reuniões foi fundado o Conselho Nacional da Umbanda, tendo como objetivos primários buscar mais liberdade para as casas africanas e garantir por meios próprios o direito aos cultos após o horário estabelecido pela Lei do Silêncio.
O Conselho Nacional de Umbanda foi fundado em 5 de outubro de 1973, e teve como seu primeiro conselheiro o Sr. Babalorixá Emílio Campos da Rocha, o qual permaneceu até o ano de 1985. Em seguida, houve a primeira mudança na intitulação da entidade, passando a se chamar Conselho da Religião Afro-Brasileira do Rio Grande do Sul. Mais tarde, recebeu o nome de AFROBRAS - Federação das Religiões Afro-Brasileiras - como é chamada até os dias de hoje.
Ainda no ano de 1985, assumiu como seu Presidente, o Sr. Babalorixá Jorge Verardi, que transformou a entidade em órgão oficial das religiões afro-brasileiras e Umbanda em todo o território nacional, tendo ainda expandido filiais em países vizinhos como Uruguai e Argentina, registradas no Ministério da Cultura e Ministério das Relações Exteriores e Cultos, respectivamente.
O reconhecimento e credibilidade da Federação, transformaram a AFROBRAS em entidade de Utilidade Pública Municipal, Estadual e Federal, trazendo representatividade para as religiões africanas e de Umbanda no Brasil.
Hoje, a AFROBRAS conta com mais de 22 mil registros em seu quadro de associados, sendo a maior Federação de religiões Africanas e de Umbanda do Brasil. Sua atuação está diluída na história e nas conquistas do povo de santo, que herdou a força da religiosidade e da cultura negra em nosso país.